Apresentação
A
extensão está na rota da discussão da reforma da Educação Superior no
Brasil, com novas e velhas questões em torno da flexibilização curricular,
compromisso social da universidade, interface com o setor produtivo, além dos
caminhos para a efetiva implementação da indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão, e, especialmente, dos desafios colocados pela Lei no
10.172, de 9 de janeiro de 2001, que
aprova o Plano Nacional de Educação e apresenta como uma das metas Implantar o Programa de Desenvolvimento da Extensão Universitária em
todas as Instituições Federais de Ensino Superior no quadriênio 2001-2004 e
assegurar que, no mínimo, 10% do total de créditos exigidos para a graduação
no ensino superior no País será reservado para a atuação dos alunos em ações
extensionistas.
Nessa
conjuntura, a realização deste V SEMPE - Seminário de Metodologia para
Projetos de Extensão no Nordeste é muito significativa para todos que fazem a
Extensão na região, e que não puderam participar das suas versões anteriores
no Sudeste. Relembrando o itinerário do SEMPE, ressaltamos que a idéia de
discutir a metodologia de projetos de extensão nasceu em abril de 1996, quando
foi criado o primeiro curso por iniciativa da área de Inovação Tecnológica e
Organização Industrial da COPPE/UFRJ, com apoio da Sub-Reitoria de Extensão e
Desenvolvimento (SR5/UFRJ), para auxiliar professores, alunos das universidades
e membros de comunidades locais na formulação e avaliação de projetos de
extensão. Em seguida, foram realizados o II SEMPE, em 1997, ainda no Rio de
janeiro, o III e o IV SEMPE, na Universidade Federal de São Carlos, em 1999 e
2001, respectivamente. A quinta edição do SEMPE, sediado na Universidade
Federal da Paraíba, em João Pessoa, estende a reflexão metodológica para
outras regiões do país e reforça a participação, já iniciada
anteriormente, do Fórum dos Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas
Brasileiras.
O
SEMPE não pretende ser um fórum de discussão de todos os problemas da extensão,
o que é da competência de outros fóruns. Trata-se de priorizar as questões
de ordem metodológica. Por isso, os trabalhos apresentados e as discussões não
se limitam aos relatos de experiências extensionistas, mas expressam o
compromisso de extrair dessas experiências os ensinamentos metodológicos
necessários ao fortalecimento da Extensão Universitária, bem como formas de
adequação das metodologias nela utilizadas.
Nesse
sentido, alguns temas metodológicos específicos estão presentes nos trabalhos
tais como novos paradigmas, metodologias de pesquisa-ação, de planejamento
participativo, de comunicação e interação, métodos de moderação e
trabalho em grupos, utilização da informática em projetos participativos.
Esperamos
estabelecer uma sinergia entre grupos das diferentes regiões do País e das
diferentes áreas temáticas da Extensão, no sentido de contribuir como mais um
passo nesse caminhar da afirmação da extensão como um fazer acadêmico,
comprometido com a produção do conhecimento, com a formação cidadã de
futuros profissionais e com o avanço do processo de inclusão social.
Finalmente,
vale registrar que esta publicação do Anais do V SEMPE, em Cd-Rom, reúne os
trabalhos completos apresentados nas Comunicações Orais e algumas exposições
das mesas-redondas.
Lúcia
de Fátima Guerra Ferreira
Coordenadora do V SEMPE