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UFPB sedia a 1ª Edição da Escola Nacional de Autogestão com foco em economia solidária e resistência anticapitalista
Entre os dias 23 e 26 de abril de 2025, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) foi palco da Primeira Edição da Escola Nacional de Autogestão. O evento, inédito em território paraibano, contou com a participação de diversos coletivos e instituições comprometidas com a economia solidária e a construção de alternativas ao modelo capitalista tradicional.
A iniciativa é fruto da articulação entre a Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários da Universidade Federal da Paraíba (INCUBES/UFPB), a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal Rural de Pernambuco (INCUBACOOP/UFRPE), o Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NIDES/UFRJ), o Núcleo de Solidariedade Técnica (SOLTEC/UFRJ) e a Universidade Estadual Paulista (UNESP). A proposta surge como desdobramento das experiências da Escola Internacional de Autogestão, já realizada em duas edições na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em São Paulo.
Inspirada nos princípios da produção associada e da educação para além do capital, a Escola Nacional de Autogestão foi pensada como um espaço de formação, articulação política e reflexão crítica. O evento reuniu trabalhadores e trabalhadoras autogestionários, lideranças de movimentos sociais, pesquisadores, pesquisadoras, educadores e educadoras populares para debater os desafios contemporâneos da autogestão, especialmente no contexto latino-americano, marcado por contradições sociais profundas mesmo em governos de perfil progressista.
O primeiro dia (23/04) foi dedicado à recepção dos participantes e à apresentação de experiências autogestionárias, além de uma mesa de análise de conjuntura com Dilei Schiochet, do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Maurício Sardá de Faria (UFRPE) e Adilson Gennari (UNESP). Os debatedores destacaram a importância da autogestão como resposta às desigualdades geradas pelo agronegócio e pela economia de mercado, defendendo uma reforma agrária com base na agroecologia e no respeito aos saberes tradicionais do campo.
Nos dias seguintes (24 e 25/04), a programação contou pelo turno da manhã com rodas de Diálogo de Saberes na Produção Associada. Os debates foram conduzidos por referências da educação popular como Alzira Medeiros, Rosângela Alves (Rosinha) e Francisco de Melo Neto (Zé Neto). No turno da tarde, as mesas abordaram temas como os desafios da autogestão, agroecologia, tecnologias sociais e educação. Entre os convidados estiveram Camilla Godoi, da Cooperativa de Trabalho em Educação, Informação e Tecnologia para Autogestão (EITA), Márcio Guimarães (Liga Coop), Flávio Chedid Henriques (UFRJ), Hosana Andrade (UFRPE), Henrique Tahan Novaes (UNESP) e José Waldir Sousa Costa (ASA-PB).
Ainda no período da tarde, durante esses dias, foram apresentados os trabalhos enviados para o Encontro divididos nas seguintes seções, a saber: 1) Teoria, Educação e Autogestão; 2) Experiências de Autogestão; e 3) Assessoria e Autogestão. Ao todo foram apresentados 32 trabalhos, sendo um momento de bastante interação, troca de conhecimentos e saberes entre os/as participantes do evento.
A mesa de encerramento contou com a presença de Henrique Novaes (UNESP), Bruna Martins (UNESP), Flávio Chedid (UFRJ), Vanderson Carneiro (UFPB) e Maria Clara Passos (UFPB), dedicada à síntese dos principais diálogos construídos ao longo da semana, avaliação coletiva do evento e encaminhamentos futuros, mas com principal destaque a realização de uma Moção de Repúdio ao Decreto Nº 12.438, de 17 de abril de 2025.
A programação também contou com a III Mostra de Economia Solidária, que expôs uma diversidade de produtos artesanais, gastronômicos e conhecimentos desenvolvidos pelos empreendimentos econômicos solidários acompanhados pela INCUBES e alguns convidados.
Encerrando a jornada, no dia 26, os participantes realizaram uma visita ao Centro Comunitário de Economia Solidária Paul Singer, localizado na Comunidade São Rafael, Castelo Branco - João Pessoa/PB. A atividade culminou logo após uma confraternização simbólica no Armazém do Campo - João Pessoa, com o plantio de uma muda de Pau-Brasil em homenagem ao Papa Francisco, como símbolo de resistência socioambiental.
A Escola Nacional de Autogestão reforça o compromisso das universidades e movimentos sociais com a construção de um novo modelo de sociedade, pautado na solidariedade, na sustentabilidade e na valorização dos saberes populares.
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