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Deck Livre, produção cultural na Extensão Universitária

publicado: 30/07/2020 15h17, última modificação: 30/07/2020 15h17

Extensão realiza gravações para artistas locais e leva conhecimento na área musical para discentes

O projeto de extensão Deck Livre, do Departamento de Mídias Digitais (DEMID), da UFPB, surgiu com o objetivo de atuar como produtor cultural e fomentador da cena artística paraibana. Desde 2015, a ação é responsável por proporcionar o acesso de músicos locais à gravações  independentes e por acrescentar  conhecimento musical na formação de alunos de escolas públicas.

A extensão é coordenada pelos servidores técnicos Mosar Nogueira e Lucas Lima. Eles são responsáveis por selecionar a equipe do projeto, que conta com discentes do curso de Comunicação em Mídias Digitais e também de outras áreas, como Cinema e Audiovisual. Os integrantes passam por uma formação teórica inicial na área de produção musical para ajudar nas gravações.

Após essa etapa, o projeto lança um edital para convocar bandas ou artistas solo que desejam gravar canções autorais de modo gratuito no estúdio de áudio do DEMID, no Campus I, da UFPB. O edital é divulgado anualmente nas redes sociais do projeto e seleciona em torno de quatro músicos para terem suas faixas gravadas, produzidas, mixadas e masterizadas pelo projeto. Para escolher esses artistas, a equipe analisa a obra observando  critérios como a relevância social e a presença de elementos da cultura local.

Deck Livre e a música paraibana

Uma das primeiras artistas a participar do projeto foi a cantora paraibana Nathalia Bellar. “Foi a minha primeira experiência em estúdio”, revela. Um ano após a gravação com o projeto, a cantora participou do reality musical The Voice Brasil e, em 2020, lançou seu primeiro álbum autoral intitulado Catavento. Para Bellar, participar do Deck Livre foi uma experiência enriquecedora: “Foi muito importante para mim. Representou o pontapé inicial na minha carreira autoral. O disco que lancei nasceu de um movimento como esse. Eu fico muito feliz com o resultado do trabalho e por todo o processo”.

Junto com os músicos, o projeto Deck Livre também realiza eventos para proporcionar gravações de videoclipe para os artistas. Um exemplo recente foi a realização de uma edição especial do “Ocupa a Praça”, em dezembro de 2019, na Praça da Alegria, do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) da UFPB. O show contou com a apresentação da banda paraibana Gatunas, que trabalhou com o projeto no mesmo ano.

Para Ruanna Gonçalves, guitarrista e vocalista da banda Gatunas, participar do projeto foi uma maneira de conseguir a primeira gravação que, na época, o grupo não tinha condições financeiras de arcar. “O projeto foi muito importante no sentido de amadurecimento com relação à gravação, a dicas de arranjo e de como cantar”, conta Ruanna. “O projeto ajudou para sentirmos ainda mais vontade de gravar mais sons e é o que fazemos até hoje, agora vamos lançar o primeiro EP”.

Outro ponto destacado pelos músicos que já participaram do projeto é a competência da equipe e a qualidade da produção musical e do produto entregue. “Toda a equipe Deck Livre é muito competente. Eu acho que é um movimento que deve se manter, continuar e só tende a crescer”, afirma Nathalia Bellar.“Toda essa inserção da Universidade no cenário artístico, na música, é muito importante. É muito necessária. Espero que continue existindo”, complementa Ruanna Gonçalves.

Mosar Nogueira, tecnólogo em Áudio Digital e coordenador da extensão, confirma que o projeto tem sido importante para impulsionar músicos iniciantes e oferecer a oportunidade de produzir um material fonográfico de boa qualidade: “Isso contribui para que esses artistas possam fazer uma melhor divulgação dos seus trabalhos e ganhar visibilidade”. Além disso, o coordenador destaca o reconhecimento de alguns ex-alunos do projeto que hoje atuam no mercado de produção sonora.

Além do estúdio 

O resultado dos aprendizados proporcionados pelo projeto para os discentes aparece na própria experiência da extensão. Os extensionistas ministram oficinas para alunos de escolas públicas da cidade de João Pessoa sobre aspectos da área musical, como princípios básicos de acústica, elétrica e noções de edição e mixagem de áudio. “Os alunos acabam encontrando no Deck Livre um complemento para os seus estudos e uma oportunidade de expandir conhecimentos mais específicos na área musical”, aponta Mosar Nogueira.

No ano de 2020, o projeto está trabalhando com os alunos do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) tanto da cidade de João Pessoa, através do edital PROBEX, como também da cidade de Cabedelo, por meio do edital UFPB No Seu Município. O objetivo é estimular esses jovens a terem uma visão da produção cultural como uma possibilidade de atuação profissional.

A experiência de lecionar os conhecimentos adquiridos durante a extensão é um ponto destacado pelos discentes que já passaram pelo projeto. Cristall Boaventura, que participou da extensão desde 2016 até a sua recente conclusão no curso de Comunicação em Mídias Digitais, pontua: “Esse foi o maior desafio, mas quando eu estive estudando para ensinar outras pessoas, acabei criando uma conexão com os conteúdos e isso trouxe mais significado para os meus estudos”.

Equipe do projeto Deck Livre em 2019_Imagem cedida pela equipe

Thiago Pontes, estudante de Cinema, é bolsista do projeto e destaca como o projeto de extensão proporciona conhecimento amplo da área musical: “É nesse ambiente da extensão que desenvolvo mais essa minha área de habilidades. O som é parte importante do cinema, então tenho como aplicar conhecimentos quando participo das produções do meu curso”.

Muito além do conhecimento da área musical, o Deck Livre é responsável também por promover integração entre esses discentes, unindo-os através da paixão pela música. “Foi no projeto que eu aprendi mais sobre comunidade e sobre trabalho em equipe. Eu me senti reconhecida como alguém que tem algo a oferecer e me impressionava com as conquistas do grupo”, conclui Cristall.

 Reportagem de  Ana Lívia Macedo da Costa (Bolsista PROEX 2020). Editado por Comunicação PROEX