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Óleo reciclado vira sabão

Projeto transforma óleo em sabão
publicado: 23/04/2018 10h54, última modificação: 27/04/2018 18h43

Projeto transforma óleo em sabão 

O descarte incorreto do óleo de cozinha pode causar uma grave contaminação ambiental, prejudicando seriamente o solo, rios e mares. Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleo (Abiove) apontam que um litro de óleo jogado no ralo da pia contamina 25 mil litros de água. Para contribuir com a solução desse problema, o Centro de Biotecnologia (CBIOTEC) da UFPB vem realizando, desde 2016, o projeto “Produção de Sabão Neutro a Partir da Reciclagem de Resíduos de Óleo de Cozinha”.

A ação de extensão é realizada com habitantes da comunidade São Rafael, em João Pessoa. A população recebe palestras informativas sobre a maneira adequada de armazenar o óleo doméstico e sobre como utilizar o resíduo para produzir um básico material de limpeza, o sabão.

Por ter um pH alto, o sabão tradicional causa muitas reações alérgicas na pele. Já o sabão neutro produzido com base nas orientações do CBIOTEC é diferenciado, ele não agride a pele e pode até ser utilizado para dar banho em animais de estimação, com um risco baixíssimo de alergias. “O sabão para banhos de animais domésticos geralmente é muito caro e essa população não tem acesso ao sabão neutro”, explica Elisângela Moura, docente do Centro de Biotecnologia e coordenadora do projeto.

A Coordenadora relata que a maior preocupação da equipe é usar ácidos que baixem o pH e que ao mesmo tempo sejam acessíveis aos habitantes da comunidade. Entre os materiais já em teste estão a casca de limão e o ácido cítrico, que pode ser encontrado em farmácias de manipulação.

Assim, além de contribuir para a preservação do meio ambiente, o sabão poderá ser produzido facilmente e terá um baixo custo, podendo ser usado em casa e também vendido, gerando uma renda extra às famílias.

Além de Elisângela, a equipe é formada por um médico veterinário e um grupo de estudantes do curso de Biotecnologia. Os alunos recebem um treinamento sobre como deve ser o descarte correto do óleo e repassam os conhecimentos à comunidade.

Para Emelly Cabral, estudante de Biotecnologia, conta que participar do projeto tem sido enriquecedor e tem trazido bastante aprendizado. "Tanto na questão ambiental quanto em observar as questões da comunidade. Além de ter sido meu primeiro contato com o ambiente laboratorial". Ela se envolveu no trabalho desde o primeiro período do curso, há cerca de um ano e meio.

A estudante Rayanelle Tissiane destaca sua alegria em participar do projeto e, consequentemente, contribuir para a sustentabilidade. "Tem sido uma experiência muito boa, principalmente por saber que estamos cuidando do meio ambiente, mesmo que seja um trabalho de formiguinha, mas estamos contribuindo pra isso".

Essa ação de extensão oferece para os moradores da comunidade São Rafael a oportunidade de cuidar do meio ambiente ao mesmo tempo que cria uma opção para geração de renda.