BERNARDINA SILVA DE CARVALHO
LINCOLN ELOI DE ARAUJO
JÚLIO CÉSAR DE MACÊDO
(Organizadores)
III ENCONTRO UNIFICADO DE ENSINO PESQUISA E EXTENSÃO
A UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA AOS 60 ANOS: SEMEANDO O ENSINO, A PESQUISA E A EXTENSÃO
ANAIS
XVI ENCONTRO DE EXTENSÃO
Editora da UFPB
João Pessoa
2015
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Reitora Vice-Reitor Pró-Reitor de Assuntos Comunitários – PRAC | MARGARETH DE FÁTIMA FORMIGA MELO DINIZ EDUARDO RAMALHO RABENHORST ORLANDO DE CAVALCANTI VILLAR FILHO |
EDITORA DA UFPB
IZABEL FRANÇA DE LIMA ALMIR CORREIA DE VASCONCELLOS JÚNIOR JOSÉ AUGUSTO DOS SANTOS FILHO
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Diretora Supervisão de Editoração Supervisão de Produção
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Os artigos e suas revisões são de responsabilidade dos autores.
EDITORA DA UFPB Cidade Universitária, Campus I –s/n
João Pessoa – PB
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APRESENTAÇÃO
Extensão Universitária - uma construção histórica
A Universidade Federal da Paraíba, ao longo da sua história, tem sido reconhecida por seu relevante papel social como instituição produtora de conhecimentos e, consequentemente, como prestadora de serviços à sociedade. O papel precípuo dela é o ensino, preparando profissionais para o mercado de trabalho e formando culturalmente seus alunos. Doravante, em decorrência das demandas do mercado, em decorrência do avanço tecnológico, soma-se a pesquisa à sua missão, e por fim, para atender as demandas sociais que se tornaram mais exigentes, a universidade absorve, ainda que de forma tênue, a Extensão apta a cumprir o seu compromisso social, levando o ensino e a pesquisa à maioria da sociedade.
Percebe-se, portanto, que as funções da universidade são históricas; elas vão constituindo-se para responder às necessidades e aos desafios que emergem da interação da universidade com a sociedade. Deste modo, a extensão justifica-se na medida em que acrescenta algo diferente àquilo que vem realizando em seu contexto histórico, por meio de suas funções de ensino e pesquisa. Segundo FAGUNDES (1993, apud CESCAGE, 2011), o verdadeiro papel da extensão, em função de sua trajetória histórica, é a circunstancialidade – existir enquanto necessária para que ensino e pesquisa possam cumprir o papel da universidade, que consiste em tornar o conhecimento (sistematizado, acadêmico) acessível ao maior número de pessoas.
Como definido no Plano Nacional de Extensão Universitária (PNEU), a extensão universitária deve ser entendida como o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável para viabilizar a relação transformadora entre a universidade e a sociedade. Através dela, se trabalha a formação técnica, cidadã e crítica dos estudantes e servidores, propiciando o impacto social e contribuindo para inclusão dos segmentos sociais, historicamente excluídos do processo de desenvolvimento. Para isso, caminha pelos princípios da Educação Popular como via para se concretizar a participação dos homens nas decisões políticas da sua comunidade que, no dizer de Freire (1989), surge das práticas; não é inventada.
As ações de extensão da UFPB voltam-se, prioritariamente, a favor das classes menos favorecidas. Por isso, alicerça-se num processo de comunicação entre sujeitos com práticas sociais diferentes, todavia válidas. Portanto, entende-se a extensão universitária capaz de retroalimentar o ensino, promovendo ações interdisciplinares.
Dessa forma, cabe a todos os envolvidos no ensino, pesquisa e extensão promover atividades extensionistas, de cunho social, com vistas a favorecer a toda sociedade ações concretas numa participação social ativa. Pois, conforme (PNEU 2000-2001), a extensão universitária como mediadora entre universidade e sociedade é concebida como a “oxigenação necessária à vida acadêmica”.
A extensão, entendida como prática acadêmica que interliga a universidade nas suas atividades de ensino e de pesquisa com as demandas da maioria da população, possibilita essa formação do profissional cidadão e se credencia cada vez mais junto à sociedade como espaço privilegiado de produção do conhecimento significativo para minimizar as desigualdades sociais existentes.
O pensar e o fazer acadêmico, na sua comunicação com a sociedade, deve percorrer o caminho do diálogo que, para Freire (1974, p 93) é o encontro dos homens, mediatizados pelo mundo, para pronunciá-lo, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu”. Esse encontro não é doação, mas um ato de criação que, para se dar, precisa de amor ao mundo e aos homens.
Desse modo, se visibiliza uma metodologia de extensão que reforça suas dimensões participativa, crítica e emancipatória. A construção extensionista não está limitada aos pares, abrange uma grande diversidade de públicos externos com os quais é preciso estabelecer uma interlocução para identificar problemas, informar, capacitar e propor soluções. Assim, a relação teoria/prática pode servir para intervenção na realidade. Entendemos, portanto, que as ações de extensão exigem o diálogo horizontal com a sociedade, bem como o entendimento de que o conhecimento acadêmico não pode sobrepor ao conhecimento popular, visto que precisamos construir a consciência do inacabamento.
Nesse ritmo, a Universidade Federal da Paraíba, completando, no ano de 2015, 60 anos de trabalho conjunto com a sociedade, tem sido símbolo de excelência acadêmica em Extensão Universitária, reconhecida nacionalmente por entidades e órgãos de fomento por sua prática extensionista fundada em metodologias participantes por conceber, na sua filosofia, o conhecimento como uma construção coletiva, que se dá efetivamente luta conjunta com a sociedade.
Nesse clima de “Bodas de Diamante”, tenho a grande honra em apresentar aos leitores desta coletânea, uma síntese de 650 Resumos, resultantes do que realizamos e produzimos por meio de Ações Extensionistas que contribuem verdadeiramente com a formação acadêmica e cidadã dos alunos da Universidade Federal da Paraíba.
Bernardina Silva de Carvalho
Coordenadora da COPAC
Coordenadora do ENEX 2015